Inicio
04 / Abril / 1958
07 / Julho / 1990

Cazuza

Por History Channel Brasil em 01 de Abril de 2015 às 15:18 HS
Cazuza-0

Agenor de Miranda Araújo Neto, mais conhecido como Cazuza foi um cantor, compositor, poeta e ex-líder da banda Barão Vermelho. Em nove anos de carreira, deixou 126 canções gravadas, 78 inéditas e 34 para outros intérpretes. Por conta de suas letras marcantes, é considerado um dos maiores compositores da música brasileira. Ele nasceu no dia 4 de abril de 1958, no Rio de Janeiro, e morreu em 7 de julho de 1990, aos 32 anos, na capital fluminense.

 

 

Influência do meio muscial desde criança

Sou muito otimista, e o mundo está cada vez melhor.

Cazuza era filho único e sempre teve contato com o mundo da música por conta do trabalho do seu pai, João Araújo, na indústria fonográfica. Com isso, ele cresceu em meio a figuras como Caetano Veloso, Elis Regina, Gal Costa, Gilberto Gil e João Gilberto. A mãe, Lucinha Araújo, também cantava e gravou três discos. Mais tarde, em uma viagem de férias a Londres, em 1972, conheceu a música de Led Zeppelin, Rolling Stones e Janis Joplin.

Depois, passou para a faculdade de Comunicação, mas abandonou o curso logo em seguida. Cazuza mostrou gostar mesmo é da vida boêmia. Seu pai, fundador e presidente da gravadora Som Livre, arranjou um emprego para o filho na empresa, inicialmente no departamento artístico e depois na assessoria de imprensa. Um tempo mais tarde, em 1979, Cazuza foi estudar fotografia na Universidade da Califórnia, em Berkeley, onde ele teve contato com o movimento literário promovido pelos poetas malditos da geração beat, algo que teria grande influência na sua carreira como músico.

 

 

Barão Vermelho e carreira solo

Continuo compondo porque sou compositor. Por acaso eu canto. Eu gravo só pra registrar que fiz isso ou aquilo num certo tempo.

Cazuza começou a cantar em público no começo da década de 80, quando integrou o grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone, no Circo Voador, no Rio de Janeiro. Contudo, um pouco mais tarde, ele ficaria famoso com a banda Barão Vermelho, fundada em 1981. Com o grupo, Cazuza conquistou grande sucesso, em especial na parceira criativa com Robert Frejat. Em janeiro de 1985, ele e a banda se apresentaram na primeira edição do Rock in Rio. Neste mesmo ano, Cazuza deixou o Barão Vermelho para seguir a carreira solo.

Dentre as suas músicas mais famosas com Barão Vermelho estão "Todo Amor que Houver Nessa Vida", "Pro Dia Nascer Feliz", "Maior Abandonado", "Bete Balanço" e "Bilhetinho Azul". Já em sua carreira solo, destaque para "Exagerado", "Codinome Beija-Flor", "Ideologia", "Brasil", "Faz Parte do meu Show", "O Tempo não Para" e "O Nosso Amor a Gente Inventa" que viraram verdadeiros clássicos do trabalho de Cazuza.

 

 

Últimos anos

Eu não me considero poeta, sou apenas um letrista para divertir o povo.

A partir de 1987, contraiu pneumonia em decorrência da contaminação pelo vírus da Aids. Mais tarde, viajou aos EUA para fazer um tratamento com AZT. Em 1988, lançou o álbum Ideologia e, no mesmo ano, gravou “O Tempo Não Para”.

Seu último álbum em vida foi Burguesia (1989). Em fevereiro de 1989, Cazuza declarou publicamente ser soropositivo e apareceu de cadeiras de rodas para receber um prêmio pelo álbum Ideologia. Bastante debilitado, ele morreu aos 32 anos por conta de um choque séptico causado pela AIDS. Polêmico, ele também chamava atenção por sua vida boêmia, uso de drogas e pela sua declarada bissexualidade.

 

 

Homenagens

Adoro quando as fãs rasgam minhas roupas. Me sinto o próprio Cauby Peixoto.

Os pais de Cazuza fundaram a Sociedade Viva Cazuza após a sua morte com o objetivo de dar assistência a crianças soropositivas. Entre as várias homenagens e trabalhos realizados sobre a vida do cantor, pode-se destacar o disco da cantora Cássia Eller, Veneno AntiMonotonia (1997), no qual gravou apenas composições de Cazuza, além do filme Cazuza – O Tempo Não Para (2004), de Sandra Werneck e Walter Carvalho. O roteiro foi inspirado no livro Cazuza, Só As Mães São Felizes (1997), escrito pela mãe do cantor, Lucinha Araújo, e pela jornalista Regina Echeverria.

 

 

 


 

Imagem: Luiz Fernando Reis [CC BY 2.0], via Flickr