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Novo mapa 3D do universo, o maior já feito, promete revolucionar a cosmologia

Primeiros resultados levantam a possibilidade de que a energia escura não seja constante, como se acreditava
Por History Channel Brasil em 14 de Abril de 2024 às 16:04 HS
Novo mapa 3D do universo, o maior já feito, promete revolucionar a cosmologia-0

Pesquisadores utilizaram o Instrumento Espectroscópico de Energia Escura (DESI, na sigla em inglês) para criar o maior mapa 3D do nosso universo, contendo mais de 6 milhões de galáxias. O principal objetivo do projeto é fazer medições sem precedentes da energia escura, a misteriosa força que faz o universo se expandir de forma tão acelerada. A iniciativa tem potencial para revolucionar a cosmologia.

Mudança de paradigma

O DESI é uma colaboração internacional que ultrapassa 900 pesquisadores de mais de 70 instituições ao redor do mundo. O mapa foi criado por eles para estudar os efeitos da energia escura ao longo dos últimos 11 bilhões de anos. Essa é a primeira vez que os cientistas mediram a história de expansão do universo jovem de forma tão precisa, proporcionando a melhor visão até agora de sua evolução.

O principal modelo do universo é conhecido como Lambda CDM. Ele inclui tanto um tipo de matéria de interação fraca (matéria escura fria, ou CDM) quanto energia escura (Lambda). Tanto a matéria quanto a energia escura moldam como o universo se expande, mas de maneiras opostas. A matéria escura retarda a expansão, enquanto a energia escura a acelera. 

Os resultados do DESI obtidos até agora confirmam que a expansão do universo está se acelerando. No entanto, as descobertas também levantam a possibilidade de que a energia escura não seja constante, como se acreditava. "O que estamos vendo são algumas indicações de que ela realmente tem mudado ao longo do tempo, o que é bastante entusiasmante porque não é como o modelo padrão de uma constante cosmológica de energia escura se pareceria", disse Seshadri Nadathur, coautor do trabalho e pesquisador do Instituto de Cosmologia e Gravitação da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, em entrevista ao The Guardian. 

"Se isso for verdade, simplesmente vira a cosmologia de cabeça para baixo", disse Dillon Brout da Universidade de Boston, em entrevista ao site Live Science. Segundo ele, uma descoberta desse tipo seria uma "mudança de paradigma em nossa compreensão do que é o nosso melhor entendimento do universo". Caso as novas suspeitas se confirmem, será necessário fazer uma atualização do atual modelo do universo.
 

Fontes
Berkeley Lab, The Guardian e Live Science
Imagens
Claire Lamman/DESI collaboration; custom colormap package by cmastro