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Metal que se regenera sozinho é descoberto por acidente

Se essa tecnologia puder ser aplicada para fins práticos, será possível evitar a fadiga de materiais em pontes, edifícios ou motores
Por History Channel Brasil em 25 de Julho de 2023 às 16:16 HS
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Cientistas dos Estados Unidos fizeram uma descoberta sem precedentes que poderia revolucionar a indústria, ao observar como peças metálicas quebraram e depois se regeneraram sem intervenção humana. Se essa tecnologia puder ser aproveitada para fins práticos, seria possível evitar a fadiga de materiais em pontes, edifícios ou motores. Um estudo sobre a descoberta foi publicado na revista Nature.

Processo de autocura 

A descoberta foi feita por uma equipe científica do Laboratório Nacional de Sandia e da Universidade Texas A&M, liderada pelo cientista de materiais Brad Boyce. Quando fizeram a descoberta, os cientistas estavam fazendo um experimento com o objetivo de avaliar como as rachaduras se formavam. Para isso, eles pegaram um pedaço de platina e o submeteram a repetidas tensões nas extremidades do metal, 200 vezes por segundo, formando rachaduras. 

Cerca de 40 minutos após o experimento, as rachaduras começaram a desaparecer. Uma extremidade da rachadura se fundiu com a outra, como se estivesse retrocedendo, sem deixar vestígios da lesão anterior. A autocura aconteceu em escalas ultrapequenas em uma peça de platina de 40 nanômetros de espessura suspensa no vácuo. Boyd afirmou que "foi absolutamente impressionante ser testemunha" do processo. "O que confirmamos é que os metais têm sua própria capacidade intrínseca e natural de se regenerar, pelo menos no caso de danos por fadiga em nanoescala", disse o cientista.

Uma possível explicação para o fenômeno envolve um processo conhecido como soldagem a frio, que ocorre em temperaturas ambientes sempre que as superfícies metálicas se aproximam o suficiente para que seus respectivos átomos se emaranhem. Normalmente, finas camadas de ar ou contaminantes interferem no processo. Em ambientes como o vácuo do espaço, os metais puros podem ser forçados a ficarem próximos o suficiente para literalmente aderirem.

Fontes
Deutsche Welle e Science Alert
Imagens
iStock