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Morre Mario Quintana, o "poeta das coisas simples"

Ao longo de sua carreira, ele publicou mais de 20 livros e traduziu obras de autores da literatura mundial
Por History Channel Brasil em 28 de Abril de 2023 às 11:32 HS
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O poeta, tradutor e jornalista Mario Quintana morreu em Porto Alegre (RS) no dia 5 de maio de 1994, aos 87 anos. Representante da segunda geração do Movimento Modernista, o escritor se consagrou como o "poeta das coisas simples". Ao longo de sua carreira, ele publicou mais de 20 livros e traduziu obras de autores da literatura mundial, como Marcel Proust, Virginia Woolf e Guy De Maupassant.

Biografia de Mario Quintana

Nascido em 30 de julho de 1906, em Alegrete (RS), Mario Quintana era filho de um farmacêutico e de uma dona de casa. Na juventude, ele se mudou para Porto Alegre, onde ingressou no Colégio Militar. Estudando em regime de internato, foi lá que ele começou a escrever seus primeiros textos literários, publicados na revista Hyloea, produzida pelos alunos da instituição.

Em 1925, Mario voltou a morar em Alegrete, onde passou a trabalhar na farmácia de seu pai, ao mesmo tempo em que continuou escrevendo poesias e contos. No ano seguinte, ficou órfão de mãe e retornou a Porto Alegre. Nessa época, ele foi premiado em um concurso do jornal Diário de Notícias, com o conto "A Sétima Passagem". 

Em 1929, Mario começou a trabalhar como tradutor na redação do jornal O Estado do Rio Grande. Durante a Revolução de 1930, o periódico foi fechado e ele partiu para o Rio de Janeiro, onde entrou como voluntário no 7.º Batalhão de Caçadores. Seis meses depois, retornou para Porto Alegre e retomou seu trabalho no jornal.

A partir de 1934, Mario começou a traduzir livros de diversos escritores estrangeiros como  Voltaire, Virginia Woolf, Giovanni Papini, Guy De Maupassant e Marcel Proust. Em 1940, o poeta finalmente publicou seu primeiro livro de sonetos: A Rua dos Cataventos. Apesar da boa aceitação pela crítica, seu reconhecimento como escritor só chegou três anos depois, com a publicação de O Aprendiz de Feiticeiro, seu quarto livro. A obra foi elogiada por poetas como Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade.

Em 1953, Mario passou a trabalhar no jornal Correio do Povo, onde durante quatro décadas publicou poemas na coluna Caderno H. Em 1966, foi publicada sua Antologia Poética, com sessenta poemas, organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, e lançada para comemorar seus sessenta anos de idade. Pela obra, ganhou o Prêmio Fernando Chinaglia da União Brasileira de Escritores de melhor livro do ano. Em 1980, ele recebeu o prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras pelo conjunto da obra, e no ano seguinte foi agraciado com o Prêmio Jabuti como "Personalidade Literária do Ano".

Mario Quintana não se casou nem teve filhos. Solitário, viveu grande parte da vida em hotéis: de 1968 a 1980, residiu no Hotel Majestic, no centro histórico de Porto Alegre (local que atualmente abriga a Casa de Cultura que leva seu nome). O poeta morreu em 1994, em consequência de insuficiência respiratória e cardíaca.

Imagens
Arquivo Nacional, via Wikimedia Commons
Fontes
Uol Educação, Brasil Escola, ebiografia e Pensador.com